sexta-feira, 7 de março de 2025

Imperialismo: O Véu da "Civilização"


No século XIX, a conquista se ergueu,
Sob o manto da má fé, o mundo acendeu.
Darwinismo social, falsa ciência a justificar,
A exploração cruel, o poder a dominar.


Nas terras africanas, a ganância pisou,
A manipulação astuta o destino selou.
"Civilização", disseram, era o seu dom,
Mas era a dominância, um fardo pesado ao som.

Os povos oprimidos, suas vozes caladas,
Pelos grilhões do imperialismo, vidas quebradas.
Oh, século de sombras, de ilusão e dor,
Onde a humanidade perdeu seu valor.

Que a história nos lembre, em seu lamento,
Do preço da ambição, do sofrimento.
Para que nunca mais, sob falsa luz,
Se repita o erro, o abuso, a cruz.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

O Homem Americano

 O Homem Americano

Na terra vastas, antes de nomes e fronteiras,
Erguem-se os filhos da terra, com suas bandeiras.
Os Incas, Maias, Astecas, de olhar profundo,
Guardavam o saber ancestral do mundo.

Mas o aço veio do mar, e a terra tremia,
Cultura imposta, terra perdida, poesia destruída.
Os filhos do sol resistiam com a força do vento,
Nas montanhas, nas florestas, seu único alento.

Imposição de valores que negam o direito,
Tiraram os rios, mataram o respeito.
O homem europeu, com seu olhar frio,
Desfez o que era sagrado, sem nenhum arrepio.

E entre as sombras da opressão, outros gritos se ergueram,
Os negros de África, que ao novo mundo chegaram.
Forçados a trabalhar, sem alma e sem cor,
Mas, como as estrelas, brilharam em seu labor.

Nos quilombos, a resistência se fez firme,
Na luta pela liberdade, na força que exprime.
Homens e mulheres, com coragem e paixão,
Desafiaram o aço com o coração.

Hoje, os ecos dessas lutas ressoam no vento,
O homem latino busca sua identidade, seu alento.
A memória de quem foi, a força de quem ainda é,
Nas ruas, na história, no grito de quem não se esquece.

O Homem Americano, diverso e plural,
Que carrega na pele o peso do temporal.
Mas nas suas veias corre o sangue da resistência,
E na alma, a chama da eterna existência.

Busca-se a verdade, busca-se a raiz,
De um povo que renasce e se faz feliz.
E, ao se olhar no espelho, vê-se o reflexo
De uma história que não se apaga, de um povo em processo.

Claudinei Oliveira

Reflexões do Séculoa XXI

Reflexões do Século XXI

No século vinte e um, seguimos a marcha,
Em um mundo onde a justiça é farsante e escassa.
Os ecos de um sistema que oprime e esmaga,
Onde a fome se instala e a miséria alaga.

Na rua, o corpo de quem não tem voz,
Sente o peso de um sistema que não é para nós.
O racismo grita, sussurra em cada olhar,
Mas o preconceito caminha, sem cessar.

O ódio é moeda corrente, a guerra disfarçada,
Em cada esquina, uma alma sufocada.
Nos rostos, as marcas do descaso e do medo,
Num jogo de aparências, onde ninguém cede.

Enquanto uns celebram a liberdade em banquetes,
Outros lutam pela vida, sem direitos, sem respeitos.
A pobreza é um fardo, o futuro um deserto,
E o povo, cada vez mais perto do inverso.

São tempos de promessas vazias e corações cegos,
Onde o amor se perde nos labirintos do ego.
Mas mesmo no caos, há quem resista,
No peito que pulsa, a esperança ainda insiste.

E se o século XXI nos trouxe tanta dor,
Que sejamos nós a redefinir o amor.
Que a luta pela dignidade seja nossa bandeira,
E que a justiça floresça, verdadeira e inteira.

Claudinei Oliveira

Tempos Sombrios

 Nos velhos tempos de névoa e dor,

Caminhávamos, perdidos, sem o amor,
A escuridão cobria o olhar,
E o futuro parecia se calar.

As ruas estavam vazias, sem luz,
Sussurros de medo, a alma que seduz.
Nos céus, um grito abafado ecoava,
A esperança, em silêncio, se apagava.

Os ventos traziam promessas de desatino,
O relógio parava, sem destino.
A dor era sombra, a sombra era dor,
E em cada passo, o eco do pavor.

Mas, entre as trevas, surge uma chama,
Tão pequena, mas com a força da alma.
Será que nos tempos sombrios haverá salvação?
Ou seremos escravos dessa escuridão?

Ainda assim, seguimos, passo a passo,
Em busca de um farol, de um novo abraço.
Que os tempos sombrios não nos roubem a verdade,
E que a luz brote, mesmo na adversidade.

Claudinei Oliveira

terça-feira, 5 de novembro de 2024

O que revela a palavra ATARAXIA?

 A palavra "ataraxia" tem origem grega e refere-se a um estado de tranquilidade e paz interior, caracterizado pela ausência de perturbação e ansiedade. No contexto do estoicismo, a ataraxia representa um dos objetivos fundamentais da filosofia: alcançar um estado mental onde as paixões e os impulsos não dominam a razão, permitindo que a pessoa permaneça equilibrada e serena, independentemente das circunstâncias externas.

Para os estoicos, a ataraxia é atingida por meio da prática da virtude e do autodomínio. Eles acreditavam que a felicidade e a paz de espírito não dependem de fatores externos, que estão fora do controle do indivíduo, mas sim da forma como se lida com esses fatores. No estoicismo, eventos externos – como sucesso, fracasso, ganho ou perda – são considerados indiferentes, ou seja, não são nem bons nem maus em si mesmos. O que realmente importa é a nossa resposta racional a essas situações.

Epicteto, um dos mais conhecidos filósofos estoicos, ensinava que devemos distinguir o que está sob nosso controle (nossas atitudes, pensamentos e ações) daquilo que não está (opiniões alheias, eventos naturais, circunstâncias externas). Esse discernimento, que ele chama de “dicotomia do controle”, é essencial para alcançar a ataraxia, pois evita que sejamos arrastados pelo que não podemos mudar. Quando aceitamos que o mundo segue seu curso independente de nossa vontade, e focamos apenas em moldar nossas próprias atitudes, nos aproximamos de um estado de serenidade.

Outro conceito importante para alcançar a ataraxia no estoicismo é o de “amor fati”, ou "amor ao destino". Este princípio incentiva a aceitação do curso da vida como ele é, amando cada evento como parte necessária do todo. Em vez de resistir aos acontecimentos, o estoico busca aceitá-los e até amá-los, pois entende que cada evento tem um propósito e contribui para o crescimento pessoal.

Portanto, a ataraxia, na visão estoica, não é apenas a ausência de emoções, mas um estado de liberdade interior em que as emoções e impulsos não tiram a clareza mental nem nos afastam da virtude. Esse estado permite uma vida mais plena, com menos sofrimento causado por expectativas, ansiedades e desejos insaciáveis. A ataraxia, enfim, representa o ideal estoico de paz e equilíbrio – um estado onde a mente se torna inabalável diante dos altos e baixos da vida.

Claudinei Oliveira

Eu sou porque nós somos

 Eu sou porque nós somos, raiz e ramo

Entrelaçados no vento, em um mesmo clamor.
Não há eu sem o nós que me sustenta,
Nem força sem o abraço do amor.

Na luz dos olhares, encontro meu norte,
E em cada mão estendida, o meu chão.
É no outro que vejo o reflexo,
Que me lembra de onde brota o coração.

Quando um cai, todos sentimos a queda,
Quando um ri, o riso se espalha, sem fim.
Sou parte do todo, sou parte de tudo,
Porque a essência de nós vive em mim.

Somos o eco da mesma voz,
O horizonte que juntos alcançamos.
Eu sou porque nós somos, unidos,
Em cada passo que damos, nos amamos.

Na partilha de sonhos e medos,
Na coragem que juntos criamos.
Eu sou porque nós somos, e sempre serei,
Um ser pleno, onde nós nos tornamos.

Claudinei Oliveira

Ser altruísta

 Uma pessoa que dedica sua vida a ajudar os mais necessitados é, sem dúvida, um exemplo de virtude e altruísmo. Essa escolha de vida é marcada por valores profundos, que se traduzem em ações concretas e inspiradoras. Em um mundo frequentemente voltado para o interesse próprio e o materialismo, alguém que se compromete em servir ao próximo evidencia qualidades raras e transformadoras.

Primeiramente, a compaixão é uma das virtudes mais visíveis em uma pessoa que se doa aos outros. Essa pessoa possui um olhar sensível e empático, capaz de enxergar além das aparências e reconhecer as dores e dificuldades alheias. A compaixão não é apenas um sentimento, mas um chamado à ação: é ela que motiva o indivíduo a estender a mão e a se importar genuinamente com o bem-estar do outro.

Outro valor essencial é a generosidade. A pessoa que se dedica aos mais necessitados doa seu tempo, suas habilidades e, muitas vezes, seus próprios recursos materiais sem esperar algo em troca. A generosidade vai além do simples ato de doar; é um reflexo de um coração aberto e disposto a compartilhar o que possui com aqueles que possuem menos. Essa virtude é uma força que aproxima e une as pessoas, criando um laço de solidariedade e esperança.

A perseverança é outra característica fundamental desse ser humano. Ajudar os outros, especialmente os mais vulneráveis, não é uma tarefa fácil, e muitas vezes encontra obstáculos. Contudo, a pessoa perseverante não desiste diante das dificuldades; pelo contrário, enfrenta-as com coragem e determinação. É alguém que sabe que, para fazer a diferença, é preciso constância e comprometimento, mesmo quando os frutos do seu trabalho demoram a aparecer.

Por fim, a humildade é uma virtude que acompanha e engrandece essa jornada. A pessoa que se dedica a servir entende que todos somos parte de um todo e que ninguém é superior ao outro. Ela não busca reconhecimento nem aplausos, mas age movida pela vontade de fazer o bem. A humildade a torna próxima dos outros, sem pretensões, inspirando-os com seu exemplo simples e autêntico.

Essas virtudes – compaixão, generosidade, perseverança e humildade – fazem de uma pessoa que ajuda os necessitados um verdadeiro pilar da sociedade. Ela não apenas transforma vidas, mas também ensina aos demais o valor de viver para servir, reforçando a ideia de que o mundo se torna melhor quando nos importamos com o bem-estar coletivo.

Claudinei Oliveira

Incerteza e Transformação na Pós-Modernidade na Sociedade Líquida

Vivemos em uma era marcada pela volatilidade, onde as estruturas que antes pareciam sólidas se dissolvem em meio a mudanças aceleradas. Essa...