O Homem Americano
Na terra vastas, antes de nomes e fronteiras,
Erguem-se os filhos da terra, com suas bandeiras.
Os Incas, Maias, Astecas, de olhar profundo,
Guardavam o saber ancestral do mundo.
Mas o aço veio do mar, e a terra tremia,
Cultura imposta, terra perdida, poesia destruída.
Os filhos do sol resistiam com a força do vento,
Nas montanhas, nas florestas, seu único alento.
Imposição de valores que negam o direito,
Tiraram os rios, mataram o respeito.
O homem europeu, com seu olhar frio,
Desfez o que era sagrado, sem nenhum arrepio.
E entre as sombras da opressão, outros gritos se ergueram,
Os negros de África, que ao novo mundo chegaram.
Forçados a trabalhar, sem alma e sem cor,
Mas, como as estrelas, brilharam em seu labor.
Nos quilombos, a resistência se fez firme,
Na luta pela liberdade, na força que exprime.
Homens e mulheres, com coragem e paixão,
Desafiaram o aço com o coração.
Hoje, os ecos dessas lutas ressoam no vento,
O homem latino busca sua identidade, seu alento.
A memória de quem foi, a força de quem ainda é,
Nas ruas, na história, no grito de quem não se esquece.
O Homem Americano, diverso e plural,
Que carrega na pele o peso do temporal.
Mas nas suas veias corre o sangue da resistência,
E na alma, a chama da eterna existência.
Busca-se a verdade, busca-se a raiz,
De um povo que renasce e se faz feliz.
E, ao se olhar no espelho, vê-se o reflexo
De uma história que não se apaga, de um povo em processo.
Claudinei Oliveira